domingo, 12 de outubro de 2014

Seminário da UNICAMP Igreja e Cultura na sociedade contemporânea, irá contar com palestra sobre Cinema

Organizado pela UNICAMP e CIS GUANABARA, seminário promoverá uma reflexão sobre o papel dos cristãos nas artes e nas culturas brasileiras.
Dentre os membros do painel estarão: Wilson Costa dos Santos (Aliança Bíblica); Marcelo Barraca (Instituto Verbo Cultura e Arte; Secretário Municipal de Administração e Finanças/Paulínia); Carlinhos Veiga (músico reconhecido internacionalmente).
Participação especial: Regis Terencio (ator e produtor, representante do CineCristao falará sobre Cinema)
Mediador: Odair Marques da Silva (CIS GUANABARA)
Apresentação musical:  Carlinhos Veiga; Banda Mostra

DATA: 13/10/2014 (Segunda-feira)
HORÁRIO: 19h
LOCAL: R. Mario Siqueira, 829 (CIS-Guanabara)

ENTRADA GRATUITA
Inscrições: www.cisguanabara.unicamp.br (serão oferecidos certificados de participação)


Como críticos cristãos estão MATANDO a Indústria Cinematográfica Cristã


Eu admito. Eu sou um inimigo-de-filmes-cristãos reformado! Durante meus dez anos como crítico de filmes seculares, eu acabava com os filmes cristãos assim como o resto dos críticos de cinema. Má qualidade. Má atuação. Histórias terríveis. Diálogo brega e falso. E a “obrigatória” cena de conversão em cada um daquelas 'porcarias' de filmes.

Então, quando eu fui contratado para criticar filmes cristãos exclusivamente, meus pobres chefes tiveram de passar semanas me ajudando a entender algumas questões: a dificuldade de unir cineastas nobres de espírito com audiências orientadas por valores, a ausência de bons roteiros, a dificuldade da distribuição de filmes com uma linguagem “muito moderna” em igrejas e varejo cristão, o limitado grupo de talentos, a dificuldade de agendar um elenco talentoso e equipe talentosa juntos no mesmo projeto, a dificuldade de fazer isso com pouco ou nenhum orçamento, e da incapacidade geral para definir o que faz um filme cristão "bem sucedido". Então, eu mordi minha língua e tentei ser encorajador. Depois de anos dando consultoria para roteiristas seculares, eu tentei entrar para a indústria cinematográfica cristã. E então eu senti na minha própria pele! Com literalmente centenas de vozes, opiniões e profissionais inexperientes envolvidos em cada produção, é na verdade um milagre que qualquer um desses filmes seja sequer produzido!

Então eu comecei a valorizar as pessoas que trabalham contra todas as probabilidades de obter um filme decente feito. Eu também comecei a reconhecer os momentos em que estes cineastas acertavam. E com um número sem precedentes de filmes cristãos chegando aos cinemas este ano, eu esperava o melhor. Eu esperava lucros financeiros, esperava por olhares de estúdios curiosos de Hollywood, e o apoio das platéias e críticos cristãos.

Mas depois de alguns fracassos de bilheteria já terem me desencorajado este ano, o terrível tratamento dos críticos para com o filme “Apocalipse” quase apagaram meu último raio de esperança. Quase toda a panelinha de críticos e revisores cristãos crucificaram esta produção de 15 milhões de dólares envolvendo uma lista “A” de atores e uma equipe de produção secular muito experiente. Os críticos disseram a seus leitores que o filme não era cristão, que ele não conseguiu instruir as pessoas em nossa fé, que os valores de produção estavam abaixo de pobres, e que no geral foi pior do que o filme original “Deixados para Trás” (francamente, estão falando sério?).

Várias coisas me ofenderam com isso. Em primeiro lugar, é uma loucura pedir para cineastas pararem de  incluir um diálogo brega, cenas de conversão e sermões em seus filmes, mas depois acusá-los de não serem cristãos o suficiente quando o fazem! Em segundo lugar, é uma vergonha sufocar a diversidade dos filmes cristãos. Por que todo filme tem que ser um drama? Não podemos fazer ação, comédia, ficção científica ou filmes de desastre e permanecer fiel aos formatos desses gêneros (pensando em “Believe me”, “The Giver”, e “Apocalipse”)? Em terceiro lugar, é ridículo dispensar completamente a qualidade de produção e enredo deste último filme. Cada um de todos os filmes-catástrofe já produzidos tem um desenvolvimento de personagem medíocre, tramas impossíveis que permitem pessoas escaparem da morte (basta lembrar de “Armageddon”, com Bruce Willis), má atuação e diálogo fraco (basta lembrar de qualquer outro filme-catástrofe), e uma combinação de ambos: qualidade medíocre e efeitos visuais pobres. “Apocalipse” é absolutamente fiel ao seu gênero, e é o mais próximo que temos visto de duplicar um modelo bem-sucedido de filmes Hollywoodianos dentro do gênero "catástrofe".

Mas o maior problema que eu vejo neste ‘garimpo’ dos críticos é a pura negatividade que se espalha antes mesmo dos filmes estrearem. O público cristão até espera que críticos seculares redicularizem seus filmes, porém se os próprios críticos cristãos impiedosamente massacram um filme, então os cinéfilos de plantão realmente cancelam seus planos de ir vê-lo. E com isso os críticos cristãos literalmente matam a bilheteria de um filme no fim de semana de lançamento.

Nós parecemos ter esquecido que o crescimento futuro da indústria cinematográfica cristã está em grande parte nas mãos dos Investidores. Então a pergunta é: Estão os filmes sendo bem sucedidos de forma que os investidores irão investir novamente? Assim, quando um filme falha na bilheteria, toda a indústria sente. Além disso, ele retarda nosso processo de melhoria. Por exemplo, não terá como melhorar o gênero cristão de "filme-catástrofe" por uns bons dez anos ou mais simplesmente porque ninguém vai querer investir em um outro se este não bombar nas bilheterias. Também pode significar que não vão querer pagar grandes atores ou investir para contratar equipes experientes. Como então podemos melhorar?

Além disso, essa situação envia uma mensagem terrível para Hollywood, a qual está nos observando atentamente à medida que começamos a colocar nossos pés na praia deles. Eles estão decidindo se vale a pena ou não fazer negócios com a gente ou mesmo se vale a pena investir na criação de estúdios cristãos paralelos, como o Affirm Films da Sony Pictures, ou mesmo o Word Entertainment da Warner Bros. E quanto mais filmes fracassam, mais nós lhes enviamos a mensagem de que nós realmente não sabemos o que queremos em um filme cristão, e que eles deveriam nos deixar em paz por mais uns dez anos, até conseguirmos descobrir o que queremos.

Então aqui está o ponto de meu discurso. É uma chamada para críticos e espectadores que fazem comentários sobre os filmes em vários fóruns e mídias sociais:

Eu estou te chamando para uma busca continua de graça. Enquanto filmes cristãos vão melhorando a cada ano, esta ainda é uma indústria de classificação “B” em que a maioria de filmes lançados são independentes. Reconheça as limitações assumidas por estes cineastas e os incentive a melhorar.

Deixe expandir sua definição do que constitue um "filme cristão". Pare de puxar saco apenas de filmes cristãos dramáticos, peças de evangelismo com discurso furando, e comece a abraçar e aceitar também alguma diversidade de gênero e estilo. Entenda que também é aceitável fazer um filme-catástrofe, um filme de ação, ou uma comédia romântica.

Eu estou te chamando para reconhecer os anos de trabalho e ‘ginástica política’ necessários para levar um filme para as tela, e demonstre respeito por aqueles que estão tentando. Incentive-os. Apoie-os.

Eu estou os chamando para serem “bons samaritanos”, para curar as feridas produzidas nos corações dos cineastas cristãos pelos críticos seculares que fatiam suas obras parte por parte (eu prometo, eles vão eventualmente aprender com seus erros). Mas será que os nossos próprios irmãos precisam também derramar ácido sobre suas feridas?

E, para os críticos, em particular, eu estou te chamando para um alto padrão de ética de trabalho, para tornarem-se melhor em seus trabalhos. Qualquer pessoa pode reclamar, apontar falhas, e expressar suas próprias aversões pessoais sobre um filme. (Eu sei, porque eu fiz isso por muitos anos!). Mas quem é que poderá oferecer uma crítica construtiva e opiniões honestas, incentivadoras e edificantes, senão o público e críticos cristãos? Uma coisa é discutir as áreas problemáticas de um filme ao mesmo tempo que você destaca os pontos fortes (mesmo que os pontos fortes sejam poucos. Os cineastas precisam ser informados e apreciados pelo que estão fazendo certo também.). Outra coisa totalmente diferente é ser tão mesquinho ou brutal que o público não vai mais sequer querer ir assistir aos filmes. Nós não precisamos ignorar as falhas ou dar elogios onde não são merecidos, mas podemos SIM seguir o princípio bíblico de falar a verdade em amor.

Por fim, e talvez isto seja o mais difícil, estou chamando todos à humildade e servidão. Eu sei como é fácil escrever uma peça de crítica que me eleva a uma espécie "ser superior  e expert do assunto”. Eu sei como escrever coisas que me fazem parecer mais profissional, mais experiente, mais perspicaz ou mais espirituoso do que as outras pessoas lá fora. Eu posso fazer isso. Num piscar de olhos. (Mais uma vez, eu sou mais culpado disso do que qualquer um pois fiz isso por muitos anos.) Mas eu tive que me perguntar ... A quem isso está servindo? A Deus? Aos cineastas? Ao público que quer que mais filmes sejam produzidos?

Considere o seu papel, meu amigo cristão e crítico. Considere o seu impacto. Considere a influência positiva ou negativa do que você fala ou compartilha nas redes sociais. Considere o motivo pelo qual você gosta de filmes, a razão de você continuar os assistindo, e a razão pela qual você ama escrever sobre eles. Em seguida, sirva-se de suas opiniões com um coração amável e bondoso.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Metanoia, Labirintos Internos e Sem regras são os mais indicados para o Festival Nacional de Cinema Cristão

A segunda edição do festival Nacional de Cinema Cristão, ocorrerá dia 25 de novembro no teatro Ipanema, Rio de Janeiro, o evento anual é o maior prêmio para filmes com temática cristã do Brasil e este ano ele promete uma disputa entre três grandes filmes, que irão concorrer em praticamente todas as categorias, são o filme Metanóia, Labirintos Internos e Sem Regras. Veja:

O filme Metanoia, produção da 4U Films com a Cia Nissi, está concorrendo em 12 categorias, o longa conta com o ator global Caio Blat,  a direção é do Miguel Nigle, conhecido pelos seus curtas, Não me Deixe de DeixarComo se suicidar, entre outros. Leia a sinopse: Eduardo foi criado num bairro da periferia de São Paulo. Sua infância foi em meio a brincadeiras nas ruas de Jardim Ângela e a boa educação dada por sua mãe Solange. Nada disso impediu que Eduardo traçasse o percurso que o levou a mergulhar no universo delirante e auto-destrutivo das drogas. O filme conta o drama de um filho perdido no crack e as desesperadas tentativas de sua mãe de salvá-lo.Na dependência do crack não existem culpados, nem limites.

O filme Labirintos Internos, foi produzido pela Ponte Filmes com apoio da JOCUM e da Cia Nissi e dirigido pelo prêmiado diretor Daniel Silva, que levou 9 estatuetas com o filme O Valor de Um Sonho no I Festival Nacional de Cinema Cristão. O longa metragem está concorrendo em 13 categorias, ele   conta com o ator Regis Terêncio, que possuí experiência internacional em filmes cristãos e com a atriz Adriana Serrano. SInopse: A história de Beto, um homem bem conceituado em sua comunidade que se casou com uma ex-prostituta, Suzana.

O filme Sem Regras, foi produzido pela Hope Films em parceria com o grupo de teatro Semeartcia , dirigido por Paulinho Almeida. O longa metragem que está concorrendo em 11 categorias,  ele é um músical sobre as  7 cartas do apocalipse. Sinopse: O enredo traz a história de 7 alunos rebeldes de um pequena escola em Bristol, Inglaterra, que recebem os respectivos nomes das igrejas descritas no livro do Apocalipse. Após cometerem um ato de vandalismo todos são enviados a Escola de Artes Casa do Oleiro, onde terão um verdadeiro encontro com o mestre e verão seus pecados trazidos a tona para que desse modo possam escolher mudar ou não seus atos pecaminosos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Resenha do filme Deus não está Morto (crítica)

O longa metragem Deus Não está morto, sucesso de bilheteria nos cinemas americanos, lançado nos cinemas do Brasil pela Graça Filmes e disponível no Netflix é uma produção inteligente, sensível e que dialoga com as nossas perguntas sobre Deus, a vida e a morte.

Deus não está Morto conta a história de um jovem que cursa filosofia e se depara com um professor ateu militante, ao ser questionado sobre sua fé ele ganha alguns minutos da aula para defender a incoerência sobre a não existência de Deus, no qual alguns acadêmicos declaram abertamente. Esta é a história principal, todavia existem outras histórias secundárias em seu enredo, uma é de uma jovem de família muçulmana que esconde a sua fé em Cristo de seu pai, outra é de um aluno da República Popular do China que começa a questionar sobre Deus, e a terceira é de uma moça com cancêr que procura esperança.

A produção é muito interessante, primeiramente por ser uma aula de apologética, alguns detalhes como contextualização em uma linguagem simples para o público que não é universitário assistir foi necessário, muitos sites estão críticando o filme por isso, entretanto é de se considerar que o objetivo do filme é mostrar como ciência e fé podem andar juntos afinal houve um debate entre autores, o outro  ponto é a valorização do estrangeiro pela comunidade cristã, a abordagem sobre o jugo desigual e sobre o que colocamos em primeiro lugar em nossas vidas e sobre a nossa existência. O filme também responde algumas questões como o problema do mal.

Deus não está Morto é uma obra prima da sétima arte, entre o gênero cristão, possuí bons atores, um belo cenário e uma ótima trilha sonora.

Paulo S. S.C. Castro, formado em direito e  estudande de Ciências Sociais na Universidade de Campinas - UNICAMP, editor do cinecristao.com