domingo, 4 de fevereiro de 2018

Resenha O Remanescentes Esquecidos por Deus - por Karen K. Kremer

Hoje trago para vocês meu filme cristão favorito, o terror O Remanescente: Esquecidos por Deus. Dirigido por Casey La Scala, produtor da ficção científica cult Donnie Darko (Richard Kelly, 2001) e o romance favorito das igrejas cristãs Um Amor Para Recordar (Adam Shankman, 2002), o longa-metragem cristão é mais uma produção dentro da especialidade de La Scala: terror e suspense.

A obra fílmica narra a história de cinco melhores amigos durante o início do Apocalipse bíblico. Dan e Skylar têm seu casamento interrompido quando o Arrebatamento começa a ocorrer, assim, os jovens são lançados em um novo mundo de caos e destruição, devendo aprender a sobreviver e a encontrar sua fé em Deus.

Parece uma sinopse comum do gênero distópico sobre o apocalipse bíblico, mas o filme vai muito além das aparências. A começar pela representação do Arrebatamento no filme. Diferente da maioria das produções cristãs que seguem a linha de um desaparecimento literal, influência da quadrilogia de Donald W. Thompson entre 1972 e 1983. Em Remanescente: Esquecidos por Deus os arrebatados simplesmente caem sem vida e com os olhos apagados, como se morressem repentinamente.

A forma como o Arrebatamento acontece gera pânico generalizado naqueles deixados para trás e o filme liga o acontecimento como parte da Primeira Trombeta para o período da Tribulação, fase em que o mundo se curvará ao Anticristo e os cristãos serão perseguidos até a morte por sua fé.

Assim como Deixados Para Trás (Vic Sarin, 2000), o longa-metragem de La Scala segue a vertente pré-tribulacionista, aqueles que acreditam que o Arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação. Porém, diferente do clássico Deixados Para Trás, mais inclinado ao gênero catástrofe, a obra fílmica Remanescente: Esquecidos por Deus foca no terror dos últimos dias.


O Remanescente: Esquecidos por Deus é um filme fantástico, com efeitos visuais impressionantes de destruição, explosões, terremotos e a fúria da natureza. A fotografia do filme é sombria e cria o ambiente ideal para o medo do apocalipse, bem como o elenco de jovens que é igualmente maravilhoso, fazendo um excelente trabalho de atuação.

A produção segue uma linha do terror em que a filmagem se alterna entre primeira e terceira pessoa. Em um momento os fatos são mostrados na terceira pessoa e ora através do ponto de vista de Tommy, o responsável por gravar o casamento e as recordações dos amigos. Esse estilo de filmagem found footage – filmes que propositalmente parecem uma gravação amadora – torna a história mais dinâmica e envolvente, de modo que parece que estamos assistindo a um relato dos sobreviventes do Arrebatamento, um ótimo recurso para emocionar e aterrorizar o público.

O filme possui uma grande influência de outros sucessos do terror como o clássico A Bruxa de Blair (Daniel Myrick, Eduardo Sánchez, 1999), o conhecido Atividade Paranormal (Oren Peli, 2007) e o jogo de survival horror Outlast (Red Barrels, 2013). O que faz de O Remanescente: Esquecidos por Deus um tesouro do cinema cristão e que merece ser reconhecido por sua qualidade técnica e narrativa.

O enredo do filme é ótimo e traz todo o drama dos últimos dias profetizados na Bíblia. As dúvidas, medos, falta de fé e amores não correspondidos do grupo de jovens são bem desenvolvidos e trabalhados, criando uma história tensa e emocional ao mesmo tempo.

O clima de terror do filme combina perfeitamente com os escritos narrados pelo apóstolo João no livro do Apocalipse. Afinal, o apocalipse não será uma coisa bonita e bela de se ver, muito menos fácil de sobreviver. Então, a opção por fazer um apocalipse bíblico regado ao terror é muito acertada e representa o horror e o sangue descritos no último livro da Bíblia.

Leia a ficha técnica, assista o trailer [clique aqui]
Fonte K.K. Kremer colunista do Cinecristão





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