domingo, 30 de dezembro de 2018

Falta filmes cristãos com temáticas sociais, como refugiados e moradia

Quando se fala em filmes cristãos o que vem em sua mente? Esta eu creio que é uma das perguntas mais importantes sobre roteiro, afinal  um filme com uma mensagem cristã ou bíblica muitas vezes é reflexo da teologia e modo de pensar do roterista ou diretor.

Eu como editor do CineCristão assisto muitas produções cristãs, muitas mesmo, desde 2008 ano que fundei o blog, minha ideia sempre foi primeiro indicar um bom filme com princípios bíblicos, segundo explorar o mundo do cinema evangélico e católico que pouquíssimas pessoas conhecem a fundo, conheci pessoas talentosas também, diretores independentes que fazem de tudo para filmar, conheci um que vendeu sua casa, outro que deixou um bom emprego para seguir o seu sonho de ser ator, lutou mas muito mesmo para conseguir espaço, enfim o terceiro objetivo é criar espaço para produções independentes, pois é muito difícil se destacar ou gastar  com marketing face o baixa arrecadação para as produções. 

De tudo que eu assisti percebi que falta um brilho a mais nos filmes cristãos, a maioria das produções possuí um clichê "pessoa que não é cristã e se converte", ou então depois do sucesso dos Irmãos Kendrick "problemas de relacionamento que são resolvidos quando se conhece a Cristo", quase todos os filmes terminam com um final feliz. Mas será que a vida e as histórias bíblicas terminam desta forma? Vejamos a história de Amós, o profeta que pediu para Deus salvar o povo do exílio e Deus disse que não, é claro justificou no livro o motivo, ou então a história dos apóstolos, que com exceção de João, foram todos assassinatos pelo Império. 

Falta alguns aspectos sociais nos filmes,  o trabalho em amor de combate a pobreza extrema que missões cristãs fazem com qualidade, o abrigo dos refugiados, a proteção da natureza que Deus criou,  a questão do direito a terra, assim como os Judeus pediram a Deus uma terra, falta também biografias, espero ansiosamente que um dia verdadeiras histórias de ação, como o do livro "Contrabandista de Deus" ou então as histórias de vários nobéis da Paz que são cristãos serem transformados em filmes. Existe muito, mas muito potencial para histórias bíblicas fora do clichê, olhem para Rute a refugiada estrangeira que Boaz se apaixonou,  a história de Ester do miss universo para salvadora de seu povo, o sonho de José que ajudou a combater a fome no Egito, a mensagem cristã sobre a verdadeira religião de cuidar de órfãos e viúvas advinda de nosso Senhor Jesus. 

Cinema é importante, é uma das formas com maior potencial para mostrar quem são os cristãos neste mundo pós-moderno, devemos fugir de um evangelho muito individualista e triunfante para um evangelho realista, social e de sacrifício. 

Paulo Silas Castro, editor do cine cristão, cientista social, assessor da Aliança Bíblica Universitária. 

Um comentário:

Perene passagemporaqui disse...

Deixo o meu agradecimento por este seu texto.
Boa continuação!