terça-feira, 22 de julho de 2025

Assista o curta Prontos para a Colheita, selecionado para o III Festival de Cinema de Rondônia

 


O curta‑metragem “Prontos para a Colheita”, produzido especialmente para a V Assembleia Quadrienal da Associação Sul de Rondônia (ASuR), foi oficialmente selecionado para a Mostra Amazônica da 3ª edição do CINE RO – Festival de Cinema de Rondônia, que acontecerá em agosto, em formato híbrido entre exibições presenciais em Porto Velho e sessões virtuais 

Além disso, o filme está concorrendo ao Prêmio Itaú Cultural Play, que oferece aos vencedores R$ 15 mil e a possibilidade de exibição por até 24 meses na plataforma do Itaú Cultural. A seleção será feita por uma curadoria artística especializada  O público também pode participar da votação do Júri Popular diretamente no site do festival 

Uma obra que ecoa fé, legado e cultura

Dirigido por Karen Boock e produzido pela ASuR, o curta estreou durante a abertura da Assembleia Quadrienal — evento que inspirou seu título . A narrativa acompanha Marília, jovem de 16 anos, em um percurso simbólico que reflete também os 16 anos de fundação da Associação. Sua relação com o pai, entre o trabalho no campo e o crescimento espiritual, representa o cuidado contínuo do Pai Celestial com Sua igreja em jornada. 

Com imagens que destacam as paisagens e a fé inserida no cotidiano das comunidades do sul de Rondônia, “Prontos para a Colheita” valoriza a missão local e celebra a identidade regional 

CINE RO 2025: contexto e impacto

Na terceira edição do Festival, foram recebidas 1.723 inscrições, das quais 130 filmes foram selecionados para as mostras competitivas – incluindo 84 provenientes da Amazônia e 14 exclusivamente de Rondônia .

.O evento destaca a diversidade cultural e promove workshops, debates e atividades interativas que conectam cineastas e público 

A inclusão de “Prontos para a Colheita” na Mostra Amazônica amplia a representatividade das produções locais, conferindo voz às narrativas que emergem do coração da floresta.

Assista o curta metragem  Prontos para a Colheita

domingo, 20 de julho de 2025

O Gelo e o Glamour: Tilda Swinton e a Inesquecível Feiticeira Branca de Nárnia

 


Em As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, um dos elementos mais marcantes é a figura imponente da Feiticeira Branca, também conhecida como Jadis. Ela é a personificação da maldade que aprisionou Nárnia em um inverno eterno, sem Natal, primavera ou verão, transformando um reino vibrante em um cenário gélido e sombrio. Sua presença é de arrepiar, e sua derrota pelas mãos do grandioso Aslan marca o ponto alto da aventura.

A escolha para interpretar essa vilã icônica não poderia ter sido mais perfeita: a atriz escocesa Tilda Swinton. Conhecida por sua beleza singular, seus papéis andróginos e sua capacidade de desafiar as normas de gênero, Tilda trouxe para Jadis uma mistura de frieza calculista, elegância sombria e uma aura de poder que a tornou inesquecível. Sua performance foi tão impactante que ela fez pequenas, mas memoráveis, participações nas duas continuações do filme de 2005.

Hoje, aos 63 anos (considerando a data atual), Tilda Swinton solidificou sua posição como uma das atrizes mais versáteis e respeitadas de sua geração. Sua carreira é um testamento de sua audácia e talento, abrangendo uma vasta gama de gêneros e colaborações artísticas.

Tilda não se limitou ao mundo de Nárnia. Ela brilhou em grandes sucessos de bilheteria e em adaptações de quadrinhos, como a misteriosa Gabriel em Constantine e a sábia Anciã em Doutor Estranho, no universo cinematográfico da Marvel. Ela também mergulhou no gênero do terror com atuações hipnotizantes em Suspiria e Amantes Eternos.

Além de sua versatilidade, Tilda Swinton é uma colaboradora frequente de alguns dos diretores mais aclamados da atualidade, como Bong Joon-Ho (de Parasita), Wes Anderson (conhecido por seu estilo visual único) e Luca Guadagnino. Essa parceria com grandes mentes criativas demonstra seu compromisso com a arte e sua busca por projetos que a desafiem.

A Feiticeira Branca de Nárnia pode ter sido um de seus papéis mais reconhecíveis para o grande público, mas a carreira de Tilda Swinton é um vasto universo de personagens complexos e atuações brilhantes. Ela continua a nos surpreender e a quebrar barreiras, provando que seu talento é tão multifacetado quanto os mundos que ela habita nas telas.

Qual cena da Feiticeira Branca você considera a mais marcante? Compartilhe nos comentários!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Quando a Arte Encontra a Fé: O Impacto Espiritual do Cinema na Vida Cristã

 

O cinema, em sua essência, é uma forma de arte poderosa. Com a capacidade de evocar emoções profundas, transportar-nos para outras realidades e nos conectar com experiências humanas universais, as telas de cinema e televisão se tornaram um espelho e um molde de nossa cultura. Para o cristão, essa fusão de arte e narrativa visual oferece um terreno fértil para o crescimento espiritual, a reflexão e até mesmo a evangelização, revelando o profundo impacto que o cinema pode ter na vida de fé.

A arte, em suas diversas expressões, tem sido historicamente um veículo para a transmissão de verdades, a exploração do transcendente e a expressão da condição humana. O cinema, como uma forma de arte relativamente nova, amplifica isso exponencialmente. Sua combinação de imagem, som, música e performance cria uma experiência imersiva que pode tocar o coração e a mente de maneiras que outras mídias talvez não consigam. É nesse espaço de imersão e emoção que o impacto espiritual do cinema se manifesta de forma mais nítida na vida cristã.

O cinema pode influenciar a fé de um cristão de diversas maneiras:

Primeiramente, serve como uma fonte de inspiração e edificação. Filmes, sejam eles explicitamente cristãos ou não, que exploram temas como perdão, redenção, esperança em meio ao sofrimento, amor incondicional, sacrifício ou perseverança, podem fortalecer a fé. Ao testemunharmos personagens que superam desafios através da fé ou que encontram significado em suas jornadas, somos encorajados em nossa própria caminhada. Filmes como "Milagres do Paraíso" ou "Quarto de Guerra" são exemplos diretos, mas até mesmo narrativas seculares podem conter mensagens de esperança que ressoam com a fé.

Em segundo lugar, o cinema provoca reflexão e autoexame. Muitos filmes nos desafiam a pensar criticamente sobre nossas próprias convicções, preconceitos e ações. Ao apresentar dilemas morais complexos ou expor as consequências de certas escolhas, a arte cinematográfica nos convida à introspecção. Um drama que explore a busca por justiça, a complexidade do luto ou os limites da compaixão pode nos levar a questionar como aplicaríamos os princípios cristãos em situações semelhantes, aprofundando nossa compreensão da ética bíblica.

Além disso, o cinema fomenta a empatia e a compreensão. Ao nos colocarmos no lugar de personagens de diferentes culturas, realidades sociais ou experiências de vida, desenvolvemos uma visão mais ampla do mundo e do sofrimento humano. Essa capacidade de ver o mundo através dos olhos do outro, promovida pela arte, é fundamental para o exercício da compaixão e do amor cristão, que nos chama a amar o próximo como a nós mesmos. Filmes sobre questões sociais, injustiças ou minorias podem despertar um senso de responsabilidade e um chamado à ação.

Por fim, o cinema pode ser uma ponte para o evangelismo e o diálogo espiritual. Mesmo filmes que não se rotulam como "cristãos" podem levantar questões existenciais, morais ou espirituais que abrem portas para conversas significativas. Um drama sobre a busca por propósito, a superação de um trauma ou a natureza do bem e do mal pode ser um ponto de partida para discutir a resposta que a fé cristã oferece a essas indagações. Nessas narrativas, a semente da verdade pode ser plantada sutilmente, convidando o espectador a buscar mais.

Contudo, a imersão na arte cinematográfica exige discernimento. Nem todo filme edificará, e a capacidade de filtrar e analisar as mensagens é crucial para o cristão. No entanto, quando utilizada com sabedoria, a tela se revela um poderoso púlpito e um valioso recurso para a vida de fé. Ela nos lembra que a arte, em sua essência, reflete a beleza e a complexidade da criação divina, e que, através dela, Deus pode tocar, inspirar e transformar corações, muito além das paredes de uma igreja.

Qual filme, cristão ou não, mais impactou sua jornada de fé? Compartilhe sua experiência nos comentários!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

CineCristianismo e Conservadorismo: Como a Igreja dos EUA Influencia as Produções Cinematográficas Cristãs


Nos últimos anos, o crescimento das produções cinematográficas cristãs nos Estados Unidos não passou despercebido, especialmente no contexto da cultura conservadora. Filmes como Deus Não Está Morto, A Cabana, Quarto de Guerra e o recém-lançado A Visão (Sight), têm ganhado espaço nas bilheteiras e nos catálogos de streaming, não apenas como expressão de fé, mas também como uma extensão do pensamento político conservador ligado a igrejas evangélicas americanas.

A Ascensão do Cinema Cristão nos EUA

Desde os anos 2000, com o sucesso de A Paixão de Cristo de Mel Gibson, o cinema cristão encontrou uma audiência fiel e lucrativa. Estúdios como Pure Flix, Angel Studios e Affirm Films (da Sony Pictures) passaram a produzir filmes com orçamentos modestos, mas com forte apelo junto ao público evangélico, especialmente no sul e centro dos Estados Unidos – regiões tradicionalmente conservadoras, conhecidas como parte da “Bible Belt” (Cinturão Bíblico).

Essas produções, embora centradas na fé, frequentemente carregam mensagens sobre família tradicional, moral sexual restritiva, patriotismo, livre mercado e resistência ao que chamam de “cultura progressista”.

A Influência das Igrejas e da Política

Boa parte desse movimento é impulsionado por grandes igrejas evangélicas, como a Saddleback Church, a Liberty University e a Igreja Batista do Sul, que não apenas promovem essas produções entre seus fiéis, mas também colaboram na distribuição e financiamento.

Além da mensagem religiosa, esses filmes frequentemente refletem pautas do conservadorismo político americano, como:

  • Defesa da liberdade religiosa em oposição ao "Estado laico";

  • Crítica ao sistema educacional público (frequentemente retratado como ateu ou doutrinador);

  • Rejeição à legalização do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo;

  • Exaltação dos valores da família nuclear e do empreendedorismo cristão;

  • Crítica à grande mídia e à cultura de Hollywood, vista como anticristã.

Um exemplo emblemático é a franquia “Deus Não Está Morto”, que retrata um jovem universitário cristão enfrentando um professor ateu e um campus hostil à fé, enquanto faz uma defesa da presença da religião nas instituições públicas. A mensagem é clara: o cristianismo está sendo marginalizado, e é papel dos fiéis resistir — uma ideia que ecoa entre os eleitores da direita religiosa nos EUA.

Hollywood Alternativa: O Nascimento de Um Ecossistema Próprio

Cansados de serem “cancelados” ou ignorados por Hollywood tradicional, muitos produtores cristãos criaram sua própria infraestrutura de distribuição, festivais de cinema, serviços de streaming e campanhas de financiamento coletivo. A Angel Studios, por exemplo, distribuiu The Chosen, uma série sobre a vida de Jesus que se tornou um fenômeno global. A empresa se apresenta como alternativa à “indústria secular”, defendendo “valores familiares, liberdade e fé”.

Esses espaços se tornaram verdadeiros “ecossistemas culturais conservadores”, onde a arte é entendida como ferramenta de guerra cultural. Como afirmou o pastor e cineasta Alex Kendrick, criador de Quarto de Guerra e Corajosos, “nossos filmes são uma extensão do púlpito”.

Críticas e Controvérsias

Críticos apontam que muitos desses filmes são maniqueístas, com narrativas simplistas onde cristãos são heróis e oponentes são caricaturas do mal. Outros observam a politização crescente de produções que, supostamente, deveriam apenas propagar fé, mas acabam promovendo agendas partidárias disfarçadas de espiritualidade.

Há também debates sobre a representatividade. Personagens LGBTQIA+, por exemplo, quase nunca aparecem — e quando aparecem, muitas vezes é em tom de condenação ou redenção. O mesmo vale para visões mais progressistas do cristianismo, como o ativismo social, a defesa de imigrantes ou a ecoteologia.

O Futuro: Fé e Ideologia no Roteiro

O cinema cristão conservador continuará a crescer, impulsionado por um público fiel, igrejas engajadas e um cenário político polarizado. Em tempos de disputas culturais acirradas, esses filmes não são apenas entretenimento religioso — são ferramentas ideológicas, que mobilizam emocionalmente seus espectadores e reforçam um modo de vida e visão de mundo.

O desafio, no entanto, está no equilíbrio entre espiritualidade autêntica e discurso político, para que a fé continue sendo uma ponte, e não um campo de batalha cultural.