Fé Corrompida, apresenta a história de um Reverendo que pastoreia a igreja mais antiga da sua região, trata-se de uma igreja reformada histórica com poucos membros, ele sofre conflitos internos devido a perda de um filho na Guerra do Iraque e por sua esposa ter o deixado, todavia sua exaustiva rotina é retratada, com ótimos argumentos quando ele necessita aconselhar o marido de uma irmã de sua igreja, que após se filiar a um movimento ambientalista vive uma crise e desespero com o mundo devido as previsões catastróficas para o futuro. Os conselhos do pastor são o ponto rico da história, sua teologia coerente e pouco compreendida vão a fundo sobre o problema do significado e responsabilidade humana, bem como suas motivações, ele trata também de um tema pouco discutido na igreja, o cuidado com a criação.
Como temas secundários o diretor trata do negacionismo quanto aos problemas ambientais, a corrupção do sistema religioso, a tentação, a moralidade, é uma critica a um modelo hegêmonico de igreja, retratado por um personagem que vive com seus conflitos internos. O filme possuí sua beleza estética, seja na música ou nas cenas peculiares que conseguem passar o sentimento do protagonista.
Um dos principais aspectos do filme a a interpretação do seu final, o diretor Paul Schrader, fugiu de todos os clichês possíveis e criou uma cena que possuí um significado poético, a relação de ira, sacrificio e amor de Deus pela sua igreja viva que vai além de templos. O pastor no final deixa de representar a sí e começa a representar o próprio Deus, sua ira reflete na intenção de destruir o templo e os infieis que usurpam a igreja, através das bombas, demonstrando sua indignação a um sistema religiosos corrompido; os arames em seu corpo significam a transfiguração do pastor como um sacrificio a igreja viva, ao ver que a a irmã inocente que não teve sua fé abalada, ao perder o marido ou pelo mundo tenebroso e autodestrutivo construído pela humanidade estava entrando na igreja, ele desistiu de agir com ira. Já o beijo entre os dois significa a união de Cristo com a Igreja que o ama, uma figura poética ao Noivo (Cristo) e a Noiva (sua igreja). Se você não assistiu, assista, se discorda comente!
