quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Metanoia, Labirintos Internos e Sem regras são os mais indicados para o Festival Nacional de Cinema Cristão

A segunda edição do festival Nacional de Cinema Cristão, ocorrerá dia 25 de novembro no teatro Ipanema, Rio de Janeiro, o evento anual é o maior prêmio para filmes com temática cristã do Brasil e este ano ele promete uma disputa entre três grandes filmes, que irão concorrer em praticamente todas as categorias, são o filme Metanóia, Labirintos Internos e Sem Regras. Veja:

O filme Metanoia, produção da 4U Films com a Cia Nissi, está concorrendo em 12 categorias, o longa conta com o ator global Caio Blat,  a direção é do Miguel Nigle, conhecido pelos seus curtas, Não me Deixe de DeixarComo se suicidar, entre outros. Leia a sinopse: Eduardo foi criado num bairro da periferia de São Paulo. Sua infância foi em meio a brincadeiras nas ruas de Jardim Ângela e a boa educação dada por sua mãe Solange. Nada disso impediu que Eduardo traçasse o percurso que o levou a mergulhar no universo delirante e auto-destrutivo das drogas. O filme conta o drama de um filho perdido no crack e as desesperadas tentativas de sua mãe de salvá-lo.Na dependência do crack não existem culpados, nem limites.

O filme Labirintos Internos, foi produzido pela Ponte Filmes com apoio da JOCUM e da Cia Nissi e dirigido pelo prêmiado diretor Daniel Silva, que levou 9 estatuetas com o filme O Valor de Um Sonho no I Festival Nacional de Cinema Cristão. O longa metragem está concorrendo em 13 categorias, ele   conta com o ator Regis Terêncio, que possuí experiência internacional em filmes cristãos e com a atriz Adriana Serrano. SInopse: A história de Beto, um homem bem conceituado em sua comunidade que se casou com uma ex-prostituta, Suzana.

O filme Sem Regras, foi produzido pela Hope Films em parceria com o grupo de teatro Semeartcia , dirigido por Paulinho Almeida. O longa metragem que está concorrendo em 11 categorias,  ele é um músical sobre as  7 cartas do apocalipse. Sinopse: O enredo traz a história de 7 alunos rebeldes de um pequena escola em Bristol, Inglaterra, que recebem os respectivos nomes das igrejas descritas no livro do Apocalipse. Após cometerem um ato de vandalismo todos são enviados a Escola de Artes Casa do Oleiro, onde terão um verdadeiro encontro com o mestre e verão seus pecados trazidos a tona para que desse modo possam escolher mudar ou não seus atos pecaminosos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Resenha do filme Deus não está Morto (crítica)

O longa metragem Deus Não está morto, sucesso de bilheteria nos cinemas americanos, lançado nos cinemas do Brasil pela Graça Filmes e disponível no Netflix é uma produção inteligente, sensível e que dialoga com as nossas perguntas sobre Deus, a vida e a morte.

Deus não está Morto conta a história de um jovem que cursa filosofia e se depara com um professor ateu militante, ao ser questionado sobre sua fé ele ganha alguns minutos da aula para defender a incoerência sobre a não existência de Deus, no qual alguns acadêmicos declaram abertamente. Esta é a história principal, todavia existem outras histórias secundárias em seu enredo, uma é de uma jovem de família muçulmana que esconde a sua fé em Cristo de seu pai, outra é de um aluno da República Popular do China que começa a questionar sobre Deus, e a terceira é de uma moça com cancêr que procura esperança.

A produção é muito interessante, primeiramente por ser uma aula de apologética, alguns detalhes como contextualização em uma linguagem simples para o público que não é universitário assistir foi necessário, muitos sites estão críticando o filme por isso, entretanto é de se considerar que o objetivo do filme é mostrar como ciência e fé podem andar juntos afinal houve um debate entre autores, o outro  ponto é a valorização do estrangeiro pela comunidade cristã, a abordagem sobre o jugo desigual e sobre o que colocamos em primeiro lugar em nossas vidas e sobre a nossa existência. O filme também responde algumas questões como o problema do mal.

Deus não está Morto é uma obra prima da sétima arte, entre o gênero cristão, possuí bons atores, um belo cenário e uma ótima trilha sonora.

Paulo S. S.C. Castro, formado em direito e  estudande de Ciências Sociais na Universidade de Campinas - UNICAMP, editor do cinecristao.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Piso Salarial de Roteiristas

Tabela da Associação de Roteristas

Atualização de valores set / 2013
Valores mínimos sugeridos pela Associação de Roteiristas.
A) SERVIÇOS PARA TV
SERVIÇOS PARA TELEVISÃO
15'
30'
60'
Argumento/Sinopse
2,134.95
3,736.16

Roteiro Dramaturgia
3,693.46
5,924.48
11,101.72
Roteiro de Documentário com Pesquisa
3,202.42
4,483.39
7,365.56
Roteiro de Documentário sem Pesquisa
2,134.95
2,882.18
5,924.48
Roteiro de Programa de Variedades
2,956.90
3,736.16
5.550,00
Roteiro de Institucional ou Treinamento sem Dramaturgia
1,814.70
2,956.90
4,483.39
Roteiro de Institucional ou Treinamento com Dramaturgia
2,134.95
4,451.36
7,397.59
Roteiro de Programa Educativo com Dramaturgia
2,956.90
4,451.36
7,397.59
Roteiro de Programa Educativo sem Dramaturgia
2,220.34
2,956.90
5,177.24
Roteiro de Programa Corporativo (mínimo de 4 pgms por mês)
1.100,17 por programa
PISO SALARIAL MÍNIMO RECOMENDADO para roteiristas em televisão (mensal) por tipo de programa semanal ou diário:
PROGRAMA
DIÁRIO
SEMANAL
Roteirista Teledramaturgia
7,472.31
5,337.37
Roteirista Programa sem Dramaturgia / variedades
5,871.10
3,736.16

B) SERVIÇOS PARA CINEMA
SERVIÇOS PARA CINEMA
CURTA
MÉDIA
LONGA
Argumento/sinopse
   
7,472.31
Roteiro Ficção Original*
8,881.38
17,773.43
32,024.19
Tratamento de Roteiro (a partir do terceiro tratamento)
   
7,397.59
Roteiro Adaptado
5,924.48
16,012.10
32,024.19
Roteiro Documentário*
8,881.38
17,773.43
32,024.19
Scrip Doctoring
   
7,472.31
Parecer
   
4,451.36
* OU 5% DO ORÇAMENTO FINAL DO FILME

• A SER NEGOCIADO EM CONTRATO:
  • PARTICIPAÇÃO EM BILHETERIA (2%)
  • DEFINIÇÃO DE NÚMERO DE TRATAMENTOS DE ROTEIROS (ATÉ 3)
  • ESCALONAMENTO DE PRAZOS DE ENTREGA DE MATERIAL (SINOPSE, ESCALETA, PRIMEIRA VERSÃO DE ROTEIRO) E PAGAMENTOS

C) SERVIÇOS PARA OUTRAS MÍDIAS
SERVIÇOS PARA OUTRAS MÍDIAS (celulares, internet, etc)
Por Obra
*Roteiro de Dramaturgia p Internet
1,483.79
Roteiro de Programa de Variedades Internet
960.73
Comerciais p Internet (30”)
960.73
*+ 10% DOS VALORES DE PATROCÍNIO E/OU + 12% DE VALOR DE MERCHANDISING.

D) OUTROS :
OUTROS Por Obra
Criação de Bíblias de Séries (argumento da série e da 1ª temporada com 13 episódios)
32,024.19
Criação de universos transmidiáticos (planejamento transmidia para produtos/programas televisivos / se estiver fora da negociação do contrato)
16,012.10

Fonte: http://www.ar.art.br/index.php/docs-da-ar/150-tabela-de-ar-valores-2013

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O problema com filmes cristãos

Esse ano tem sido o ano dos filmes cristãos. Temos visto uma explosão de filmes baseados em historias bíblicas ou filmes produzidos por cristãos, cada um aparentando ser mais bem sucedido financeiramente do que o outro. Nas palavras de Scott Mendelson, analista de bilheteria da Forbes.com, “acho que podemos seguramente dizer que 2014 é o ano em que filmes de temáticas cristãs oficialmente superaram filmes de super heróis. Não sei se isso é algo bom ou ruim, só sei que é definitivamente algo”.

Então, esse é um momento muito propício para avaliar: no estado atual, essa explosão de filmes cristãos é uma coisa boa?

Minha resposta é simples: não. Eu sei que pode parecer mesquinho ficar reclamando de filmes cristãos, mas eles se tornaram uma representação indigna do cristianismo. Toda conversa que tenho com amigos não-cristãos requer que eu lide com percepções de mim enquanto cristão, o que muitas vezes significa lidar com o Partido Republicano, com tele-evangelistas e com as produções cristãs. Indo além dessa questão de representação, os problemas com os filmes cristãos precisam ser expostos porque eles não são apenas questões de técnica ou de preferências estilísticas. Eles são um problema de integridade.

Atualmente, existem dois problemas primários com os filmes cristãos: (1) eles são fundamentalmente desonestos e/ou (2) eles estão primariamente preocupados com o que C. S. Lewis chamou de “construção de castelos egoísta”. Note: discutir esses dois pontos fará com que eu generalize por alto todos os filmes cristãos, então haverá (eu espero) algumas exceções. Mas eu acredito que as tendências discutidas aqui são evidentemente verdadeiras para a maioria dos filmes de gênero cristão.

Filmes cristãos são frequentemente desonestos em sua essência

Ao longo dos últimos anos, muitos filmes financiados por igrejas exibiram encontros evangelísticos explícitos. Eles geralmente acontecem perto do clímax do filme e apresentam um personagem explicando para o outro como ela/ele é um pecador que precisa de Jesus, e o resultado geralmente é uma conversão. Todos sabem que essa cena é direcionada aos não-cristãos na audiência; é o “apelo” do filme e frequentemente contém uma pregação explícita.

O problema nisso está no senso de arapuca. Estamos dizendo, por um lado, “Ei, sabemos que você ama arte; aqui está a nossa arte!” e então: “P.S: Agora que te temos no cinema, queremos te converter”. Mesmo que essas cenas possam ser poderosas em sua apresentação, elas estão mais para intervenções do que para cinegrafia.

Se quisermos levar esse problema adiante, vale a pena destacar que filmes simplesmente não são bons meios para se propagar ideias proprosicionais complexas. Pense no último filme “cabeça” que você viu. O quão explicitamente ele falava de suas grandes ideias? Assistir Matrix não te fez um expert no filósofo Jean Baudrillard e, se tivesse feito, teria sido um péssimo filme. Os irmãos Wachowski entenderam que o papel primário de um filme é entreter e, no máximo, provocar alguns pensamentos básicos. Para funcionar enquanto filme, a Matrix não teve outra opção, senão diluir grandes ideias em slogans simples. Se nós, por outro lado, tentamos colocar nossas mais importantes verdades propositivas, geralmente explicadas em sermões de 40 minutos, em um filme, ou faremos um mau filme ou diluiremos a mensagem. Provavelmente, ambos.

Os filmes com temas cristãos que deram certo (Árvore da Vida, Senhor dos Anéis, Carruagem de Fogo) entenderam que eles não podem substituir a igreja ou o apologista. Seus diretores simplesmente tentaram fazer bons filmes que refletiam a verdade do mundo ao seu redor (Carruagem de Fogo e Árvore da vida contêm certa pregação, mas ela é estrategicamente empregada e não possui informações suficientes para nos converter). É impossível não se perguntar se as cenas de conversão são inseridas como uma justificativa para o envolvimento da igreja na criação de filmes, o que significa que não estamos fazendo filmes por amor à arte.

Mas e se alguém é convertido através desse filmes?

Em primeiro lugar, se você está fazendo essa pergunta, você provou meu ponto de que as cenas de evangelismo são primariamente direcionadas à audiência e não são orgânicas na história.

Em segundo lugar, os fins não justificam os meios. Nas palavras de um de meus amigos pastores, “se alguém chega a Cristo através de meu sermão terrível, eu louvo a Deus por Sua graça e lamento por meu terrível sermão”. A ideia de que uma conversão valida até os piores meios pode ser usada para justificar vários tipos de males.

Se usamos filmes cristãos como canal de nossas maiores verdades proposicionais, estamos apenas seguindo a tendência deplorável de nossa cultura de fazer seus maiores discursos travestidos no entretenimento.

Filmes cristão geralmente remetem à construção de castelos

C. S. Lewis introduziu seu conceito de “construção egoísta de castelos” em “An experiment in criticism”. O conceito é simples: a construção egoísta de castelos acontece quando um grupo de pessoas se projeta “no mais invejável e mais admirável personagem… [assim] a leitura tira o pior deles e os afasta do que é mais digno de se ter tanto nos livros quanto na vida”. Lewis, aqui, estava falando de leitores, mas isso vale para os frequentadores do cinema também. Eles são tão compelidos e desejosos de que a realidade desse mundo seja real que eles “não tem objeção a uma psicologia monstruosa e coincidência ilógica”. Um exemplo fácil e extremo está na adaptação futura de 50 Tons de Cinza, uma história que convida as mulheres a fantasiarem através dos abusos de Anastasia Steele.

A maior parte dos filmes cristãos caem na mesma categoria de fantasia. Eles se situam em um mundo parecido com o nosso  mas, ainda assim, é um “mundo real” em que calouros na universidade podem derrotar professores em debates (Deus não está morto) e em que tele-evangelistas são tão importantes para o processo político que são marcados e caçados (Persecuted). Esses filmes são criados para nos assegurar de que nossa visão do mundo é correta. Eles são fantasias evangélicas.

RottenTomatoes.com, um site que congrega todas as notas de críticos ao redor do mundo, acabou de colocar Persecuted como o filme pior classificado do verão. Se estamos tentando evangelizar, o fato da maior parte dos filmes com temática cristã serem levados a baixo por críticos não-cristãos é um problema. Se, entretanto, apenas desejamos ver as nossas fantasias validadas na tela, então encararemos essas críticas péssimas como apenas uma “perseguição”.

Alguns podem argumentar que é bom que Hollywood nos ouça. Eles devem reconhecer a audiência cristã. Mas a única mensagem que temos enviado até agora é que estamos satisfeitos com filmes baratos que são recebidos pobremente. Quanto mais incentivarmos esses filmes, mais nós teremos deles.

Tempo de repensar

Certamente, há formas de se fazer filmes cristãos honestos e profundos. E se Persecuted fosse sobre um pastor bastante poderoso no Partido Republicano em meio a um declínio de sua influência?

E se Deus não está morto fosse sobre um cristão lutando com o fato de que ele conhece ateus mais espertos e éticos do que ele mesmo?

De repente, teríamos a chance de dizer algo vulnerável, honesto e profundo. Mas enquanto filmes cristãos forem motivados por um desejo de levar pessoas a ouvirem uma apresentação do evangelho ou como uma consolação por estarmos perdendo a guerra cultural, eles não deveriam ir às telas.

por Andrew Barber
Fonte: http://reforma21.org/artigos/o-problema-com-filmes-cristaos.html